top of page
Buscar

Preparação de carburadores

Foto do escritor: carburadosdobrasilcarburadosdobrasil

Não podemos deixar de lembrar que o carburador, ainda tão presente na frota de veículos originais, marca vigorosa presença em veículos preparados!



O conhecimento destes componentes permite que o mecânico e o preparador obtenham excelentes resultados no acerto de seu motor, ganhando preciosos HP'S e protegendo o motor contra quebras.

Os carburadores contêm um ou mais corpos. Os de apenas um copo são chamados de simples, os que possuem dois corpos são chamados de duplos, e podem ser do tipo progressivo ou simultâneo. O tipo simultâneo é aquele em que o acionamento do cabo do acelerador provoca a abertura simultânea das duas borboletas. Já os carburadores duplos progressivos, apresentam uma característica de operação diferente: em baixas rotações, apenas as borboletas de aceleração do primeiro corpo é acionada, ao passo que para maiores solicitações de carga e rotação, a borboleta do segundo corpo se abre, fazendo com que o segundo corpo trabalhe em conjunto com o primeiro. Temos também os de quatro corpos conhecidos como ?quadrijet?, nesse caso, com a aplicação restrita para motores muscle cars, ou seja, de grande cilindrada.

No corpo de qualquer tipo de carburador encontraremos: difusores, venturis e borboletas, e conforme sua disposição, um corpo pode alimentar um ou mais cilindros do motor. Por isso, esse tipo de carburador é também chamado de duplo corpo estagiado, onde o primeiro estágio proporciona torque e economia condizentes com a solicitação imposta em baixos regimes e o segundo estágio proporciona a potência necessária às maiores cargas e velocidades.

Normalmente, a borboleta do segundo corpo é maior do que a do primeiro, para permitir melhor vazão da mistura AR/COMBUSTÍVEL quando acionada. Outra observação é a posição do carburador em relação ao motor, pois sua instalação normalmente é feita em uma posição onde o segundo corpo é sempre mais próximo do motor que o percurso da mistura AR/COMBUSTÍVEL que flui do primeiro corpo, seja mais longo.

Essa característica favorece a obtenção de torques a baixas rotações do motor. Da mesma forma, quando acionado o segundo corpo do carburador por sua borboleta de aceleração, cujo diâmetro é maior, fluirá uma mistura que percorrerá o menor caminho até as câmeras de combustão, o que proporcionará melhor eficiência volumétrica, favorecendo a potência em rotações elevadas.

A mistura AR/COMBUSTÍVEL, após sair do carburador, passa pelo coletor de admissão antes de entrar na câmara de combustão, e nessa passagem a mistura estará sujeita as perdas ocasionadas pela rugosidade, turbulência e curvas deste coletor, o que afetará a eficiência volumétrica. Outra observação importante é em relação ao diâmetro do coletor e as passagens entre as válvulas e suas sedes, que também interferem na eficiência volumétrica do motor. Os coletores de admissão de pequenos diâmetros internos favorecem o desempenho em baixas rotações. Da mesma forma, coletores de grande diâmetro interno proporcionam maior desempenho em altas rotações. Não esquecendo do comprimento, coletores curtos favorecem altos rpm's e coletores longos favorecem torque. Tomamos como exemplo, um Gol MI 1.0 8v. Se prestarmos atenção na construção de seu coletor de admissão, notaremos o seu diâmetro reduzido e o seu formato de ?caracol? prolongando-o e visando torque em baixos rpm's.

O acerto do carburador é um dos passos mais importantes no trabalho de preparação do motor. O ponto principal é sua escolha, baseando-se no número de cfm's (Cubic Feet Minutes, ou seja, pés descargabicos por minuto que é igual a fluxo de vazão) que o carburador oferece e no número de cfm's que o cabeçote aspira.

Exemplo:

Weber 40 IDF média 220 cfm's Weber 44 IDF média 260 cfm's Weber 48 IDF média 320 cfm's

IDF = diâmetro das borboletas

Próximo passo: multiplique o volume do cilindro pela RPM máxima, extraia a raiz quadrada e divida por, ou seja:

Para achar o tamanho do carburador: (Raiz quadrada) / (cilindrada de um cilindro x RPM / 40)

Para achar o tamanho do difusor:(Raiz quadrada) / (cilindrada de um cilindro x RPM / 50)

LINHA DE COMBUSÍVEL Um item pouco lembrado e de suma importância, é a passagem do combustível do tanque ao carburador. Esse ponto é muito importante, pois muitos projetos de carros preparados por mais simples que sejam, acabam pecando no esquecimento de uma linha de combustível eficiente para a carburação do motor.

Outro item que requer muita atenção e cuidado são os pescadores, diâmetros de mangueiras, nipes, entrada do carburador e agulha da bóia.

Um outro detalhe importante é o nível de combustível no interior da cuba, pois ao determiná-lo corretamente, se otimiza a emulsão da caneta (tubo misturador), esta depende totalmente do nível que o combustível assuma na cuba.

BÓIA DO CARBURADOR Outro ?macete? pouco conhecido e fantástico é o trabalho da bóia do carburador.

É a bóia que controla a abertura e o fechamento da agulha. Existem três tipos de bóias: bronze, nitropor e poliacetal.

Algumas delas possuem dois tipos de regulagem, ou seja, regulagem no curso da bóia e regulagem no nível da cuba. Existem bóias em que a regulagem é feita através de calços na agulha para se alterar o nível de cuba.

É muito importante saber que para cada combustível usado é necessário se alterar o peso da bóia. Muitos usam a bóia que foi projetada para um carburador a gasolina, em um carburador projetado para arrancada, onde é utilizado o metanol, e a simples alteração na bóia pode resolver um problema de acerto.

Quando se prepara um carburador de competição, a bóia terá que ser alterada e para isso, existe um cálculo que dará ao preparador o seu peso para cada combustível.

É muito importante manter o nível exato da cuba, principalmente em altos rpm's, pois somente depois deste controle de nível, é que poderemos pensar no tipo de caneta, giclê de ar e giclê de combustível, para eliminar o volume de emulsão que vai entrar no motor.

GICLÊ PRINCIPAL ? GIGLÊ DE AR A escala do giclê de combustível está diretamente ligada a três fatores importantes:

DIFUSOR: segundo indicação do manual WEBER, poderemos notar, por exemplo, que para difusores de 29 mm o giclê usado pode ser entre 1,40 mm a 1,70 mm. Outro item interessante está relacionado ao diâmetro do difusor para que a carga de ar arraste o combustível com precisão. O diâmetro do difusor estabelece asem que ?rpm? o torque e a potência máxima aparecem como já vimos na matéria, ou seja, no coletor de admissão, diâmetros menores favorecem torque, enquanto diâmetros maiores favorecem potência.

GICLÊS DE AR: A escolha do giclê e combustível também está ligada diretamente ao giclê de ar, pois poucos dão importância a esse calibre que ajudará em muito no acerto de um motor preparado.

A função deste giclê consiste na formação inicial melhor e mais homogênea da mistura AR/COMBUSTÍVEL.

Para se ter uma idéia, aumentando-se o diâmetro deste giclê a mistura se tornará mais pobre em altas rotações, o efeito é diferente com o giclê principal, pois quando se reduz o diâmetro torna-se pobre em todas as faixas de rpm's com exceção da marcha lenta.

TUBO MISTURADOR OU CANETA Trabalha submerso ao combustível existente no poço do sistema principal (no alojamento da caneta, ao lado da cuba). Ele possui giclê principal em sua extremidade inferior, e o giclê de ar em sua extremidade superior. Em repouso, o nível do combustível no poço do sistema normalmente cobre os furos laterais do tubo misturador ali mergulhado. Com uma pequena abertura da borboleta do acelerador, a depressão do coletor de admissão é sentida na câmara de mistura do carburador, e prossegue através do difusor ao poço do sistema principal, o qual é abastecido pela cuba de nível constante por meio do giclê principal. Isto faz com que o nível de combustível do poço comece a baixar, descobrindo os orifícios do tubo misturador. À medida que a depressão aumenta mais baixo fica o nível do poço, e mais furos do tubo misturador são descobertos e mais ar é admitido pelo giclê de ar. Esta progressividade aumenta o empobrecimento da mistura.

Caso a demanda do motor continue aumentando, o nível no poço do sistema principal irá abaixar, até no máximo atingir a extremidade inferior do tubo misturador, quando então o giclê de ar estará atuando em sua plenitude. A partir desse momento, para maiores velocidades e cargas, será necessário que o sistema suplementar de potência entre em operação, para providenciar o enriquecimento da mistura em plena carga. Aí, entra o conhecimento e técnica na preparação de carburadores, escolhendo-se a caneta certa, trabalhando-se a válvula de máxima e acrescentando econostats (giclê suplementar), conforme a necessidade.

Um ponto interessante que ajuda na escolha da caneta certa, é que canetas com furações altas, ou seja, que ficam próximas do giclê de ar, favorecem um enriquecimento em altos rpm's, e conseqüentemente canetas com furações baixas, próximas do giclê principal, favorecem torque.

EXEMPLOS E CANETAS - CARBURADOR WEBER ? Enriquecimento em baixos rpm's F7 ? Mistura fraca em baixos rpm's F2, F3, F11, F14. ? Redução do enriquecimento em altos rpm?s F8, F9, F31. ? Para motores álcool e metanol F2, F3, F4, F7, F17.

Como podemos ver, o carburador é um componente simples, mas que requer muito conhecimento para prepará-lo, conhecer seu funcionamento a fundo auxiliará no seu acerto e retrabalho!

Buscando informação, conhecimento, tendo dedicação e paciência, pode-se fazer um excelente trabalho de preparação e afinação no carburador. Como vimos à escolha ideal do carburador e a combinação entre AR/COMBUSTIVEL /CANETA garantirá o sucesso do preparador!

Fonte: Rally Racing - Por Julio César de Vasconcelos Moura


 
 
 

Comments


  • Facebook - White Circle
  • Pinterest - White Circle
  • Instagram - White Circle

© 2019 Carburados do Brasil. Dedicado orgulhosamente ao automóvel nacional

bottom of page